ALACCOP EMPOSSA NOVOS ACADÊMICOS
No dia 08/03/25, a ALACCOP-Academia de Letras, Artes e Ciências de Cornélio Procópio, sob a presidência da confreira Marilu Martens Oliveira, deu posse a quatro novos acadêmicos: João Coelho Neto, Solange Margarida Campioto da Silva, Lilian Madi e Antonio Villas Bôas Neto.
Idealizada pelo poeta e historiador Professor Átila Silveira Brasil, a Alaccop que está completando 20 anos de existência, tem por objetivo preservar a memória, produzir e difundir a cultura de nossa gente.
O evento contou com a presença do Prefeito Raphael Sampaio e do Vice-Prefeito Hermes Rodrigues da Fonseca Filho e respectivas esposas, além de familiares e amigos. Foi o mestre de cerimônias, o confrade Armando da Silva.
Na oportunidade, o Prefeito Raphael Sampaio, disse que a parceria com os membros da Alaccop fortalecerá o trabalho que pretende encetar na parte cultural da cidade.
PALAVRAS DA PRESIDENTE
MARILU MARTENS OLIVEIRA
Sejam Bem-vindos nesta noite festiva e significativa para a Academia de Artes, Letras e Ciências de Cornélio Procópio, nossa ALACCOP.
Cumprimento a todos com muita alegria e parabenizo os novos acadêmicos, que hoje serão empossados (08/03/25) e que, certamente, enriquecerão nossa ALACCOP com suas contribuições, assim como cumprimento, especialmente, as mulheres presentes, neste dia dedicado a elas. E repito, o lema da ONU deste ano: “Para todas as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento”. E acrescento: sejam livres! sejam felizes! Palmas pra nós mulheres! Obrigada.
Remeto-me agora aos versos de uma mulher, de nossa sensível poeta Cecília Meireles, e que serão reiterados em minha fala:
“Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste, sou poeta. (...) sei que canto e a canção é tudo. Tem sangue eterno e asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada”.
E nossos acadêmicos empossados hoje, atuando em diferentes setores profissionais, são poetas que cantam e poetizam em diferentes dimensões.
ANTONIO VILLAS BÔAS NETO ou Toninho, como é chamado pelos amigos, sabe como asseverou nossa poeta Cecília, “que um dia (...)” estará emudecido para sempre, mas que sua voz continuará ecoando em suas obras, empolgantes e sobre variados temas: a infância, as trapalhadas de então, o humor dos lemas de para-choques, os haicais sobre o cotidiano poetizado, a amada Cornélio Procópio sob o veio das notícias compiladas, as obras técnicas. Vale lembrar que Toninho é alguém que volta sua verve a causas nobres, mas sempre com um frescor e com uma leveza que nos encantam. Jornalista, prosador, poeta, bancário, especialista em marketing, ecologista avant la lettre e com alma de rotariano, o escritor é graduado em Ciências e Economia. Ocupará, a Cadeira 21 – Ciências – da qual o Patrono é seu avô, o jornalista e um dos fundadores da imprensa procopense Antonio Villas Bôas, tendo sido seu cunhado, o Professor, advogado João Gonçalves de Oliveira, o 1.o ocupante.
Para a Cadeira 9 – Ciências, cujo Patrono é o Professor Átila Silveira Brasil, idealizador da ALACCOP, e que teve como 1.o ocupante, o artista plástico Ademir Balera Silva, será empossado João Coelho Neto. João é uma pessoa multifacetada, “sua vida é completa”, como aponta o verso Ceciliano, pois variadas são suas poéticas – no caso, pesquisas acadêmicas. E, do seu extenso currículo, pinçamos alguns tópicos. João é Pós-Doutor em Educação, investigou Tecnologias Digitais, envolvendo o ensino de Matemática para alunos com Transtorno do Espectro Autista. Fez doutorado em informática – Engenharia de Software, e Mestrado em Informática na Educação. Então, além de estudioso, João também é um humanista, voltando sua ciência para o próximo, para aqueles que apresentam dificuldades no seu viver. Pesquisador e professor da UENP-Universidade Estadual do Norte do Paraná. Nosso novo acadêmico também é o atual Presidente do Rotary Club de Cornélio Procópio.
Lilian Madi, poeta das quadras (basqueteira emérita) e também poeta da literatura (formada em Letras - Português/Inglês), é professora aposentada, mas com seu dinamismo, não consegue ficar parada e ainda atua no Colégio Master/Rui Barbosa, além de participar de trabalhos religiosos voltados à caridade. Foi também colunista do Jornal “A Voz do Povo”, por muitos anos, optando pela crônica, que trata de “farrapos do cotidiano”, como já disse alguém. Sempre ligada às artes, para ela “o instante existe” – na dicção de Clarice, e sempre existiu, pois Lilian fez parte de grupo de teatro e integrou, como jurada, inúmeros concursos literários. Ela segue a tradição familiar (o magistério) e sempre nos brinda com suas palavras alegres e eivadas de muito carinho. Lilian será empossada na Cadeira 19 - Letras – que tem como Patrono, o renomado e saudoso Professor de inglês, Jorge Curi Madi, seu avô, e que teve como 1.o ocupante, o poeta Gilberto Mensato.
Graduada em Ciências (ênfase em Matemática e Biologia) e em Pedagogia, Solange Margarida Campioto da Silva tem várias especializações nas áreas, mas desde muito jovem, sua personalidade amorosa a fez desenvolver trabalhos artísticos com artesanato variado: pintura de tecidos, material em MDF e linhas diversas, e ainda obras sacras em gesso. Assim, como cantou Cecília, “tem sangue eterno a asa ritmada”, e esse voo será eternizado pela ação de Solange – a qual volta sua poética manual à benemerência, pois, além de atividade desenvolvida com o cubo mágico adaptado para cegos, trabalha em importantes e dadivosos projetos com crianças hospitalizadas, idosos em asilos, deficientes visuais e diversos participantes do Instituto Fernanda Gaigher, que atende a pacientes de câncer. Solange será empossada na Cadeira 12, cujo Patrono é o médico e deputado Nilson Baptista Ribas, tendo sido sua 1.a ocupante, a pintora Cleuza Mara de Santos Mello Scanapiecco.
Queridos amigos e convidados, ao encerrar minha apresentação, retorno à inspiradora da noite, Cecília Meireles e aos seus versos.
“Na grande noite tristonha
Meu pensamento parado
Tem quietudes de cegonha
Numa beira de telhado”.
Agora, buscando ofuscar Cecília... (algo impossível) – trata-se de um chiste os versos de Marilu – que é professora, pesquisadora, ensaísta e nunca escreveu versos! Farei então, o tipo de uma paródia.
Na grande noite risonha,
Meu pensamento agitado
Tem alvoroços de cegonha
Na beira de um banhado.
Que nesta noite risonha
As palavras aqui proferidas
Encontrem eco em corações
De pessoas tão queridas.
Salve, salve aos novos acadêmicos,
Nesta grande noite risonha,
Que não haja muitos repúdios
Aos meus versos estapafúrdios!
Que a inspirada Cecília não os reprove,
Nesta grande noite risonha
Nem vocês, amigos queridos,
Pois enorme seria minha vergonha.
Assim, vou-me embora para Pasárgada
Nesta grande noite risonha.
Agradeço muito a atenção
E para todos um abração.
Em seguida, a Presidente Marilu Martens Oliveira, empossou os novos acadêmicos, ocasião em que o acadêmico Antonio Villas Bôas Neto, usou da palavra em seu nome e dos demais membros empossados, agradecendo a homenagem. Também usaram da palavra, enaltecendo a mulher e os novos acadêmicos, as confreiras Vanderléia da Silva Oliveira e Yedda Martins Carazzai Fonseca.
ACADÊMICO ANTONIO VILLAS BÔAS NETO
FALA EM NOME DOS NOVOS MEMBROS DA ALACCOP
Já dizia um poeta “que o homem divide de boa vontade/ suas penas com os outros; / mas nunca suas alegrias”, no entanto, / ao recebermos a comunicação de que os nomes de:
- João Coelho Neto, - Solange da Silva, - Lilian Madi - e o meu, Antonio Villas Bôas Neto, haviam sido aprovados por unanimidade pelos membros dessa Academia, queremos sim, com o espírito de gratidão, repartir com vocês, nossa alegria, nossa satisfação pela significativa e honrosa homenagem.
Destaco aqui, em nome de todos, o orgulho em fazermos parte desta Academia, cujos membros, líderes da comunidade, são preservadores da história, cultivadores da arte e semeadores do conhecimento da cultura de nossa gente; e também nosso compromisso de contribuir e dignifica-la em seus propósitos. Esta deferência conferida, caros acadêmicos, podem ter certeza, será sempre lembrada por todos nós e familiares com muito carinho e apreço. Agradecemos de coração.
A CADEIRA número 9 – que agora é ocupada pelo confrade João Coelho Neto nascido em Ibiporã, tem como Patrono - o idealizador desta Academia, o Cambaraense de nascimento, e Cidadão Honorário de Cornélio Procópio - Professor Átila Silveira Brasil.
João Coelho Neto - é professor da UENP. Atualmente ocupa a Presidência do Rotary Club de Cornélio Procópio, entidade que congrega profissionais de diversas áreas no intuito de cumprir o lema de “Dar de Si, Antes de Pensar em Si”. Neste momento, reverenciamos com muita alegria, o Patrono de sua cadeira, o poeta, Professor Átila Silveira Brasil, pelas importantes participações na vida cultural local, principalmente pelo resgate histórico da cidade e pela autoria de letras de diversos hinos de instituições locais em parceria com renomadas artistas procopenses. Importante ressaltar, que essa cadeira foi ocupada anteriormente pelo artista plástico Ademir Balera da Silva, / que realizou profícuo trabalho em Cornélio Procópio, mormente pelos seus dons artísticos.
A CADEIRA número 12 – que agora é ocupada pela confreira Solange Margarida Campioto da Silva, natural de Engenheiro Beltrão, tem como Patrono, o Vereador e Deputado Estadual por Cornélio, o abalizado médico de cultura ímpar, Dr. Nilson Baptista Ribas.
Solange Margarida Campioto da Silva, é esposa do confrade Armando Paulo da Silva, que por duas gestões presidiu esta Academia. Dotada de um currículo extraordinário, atua no meio artístico procopense no setor de artesanato e vem desenvolvendo trabalhos de repercussão interestadual, que muito orgulha nossa comunidade, principalmente na sua arte de pintura em tecidos e obras sacras em gesso. Essa cadeira foi ocupada anteriormente pela artista plástica Cleusa Mara Santos de Mello Scanapiecco que deixou grande legado artístico-cultural.
A CADEIRA número 19 – que agora é ocupada pela confreira Lilian Madi, tem como Patrono, o seu avô, Jorge Curi Madi, libanês de nascimento, o benquisto professor de inglês, conhecido por todos pela lhaneza no trato com as pessoas, e Cidadão Honorário de Cornélio Procópio.
Lilian Madi, procopense, é formada em Letras – Português/Inglês, e desempenha seu trabalho como professora na - Escola Rui Barbosa / Colégio Águia Master. Ela faz parte da Comissão Julgadora do Festival Poético do SESC, e já desenvolveu atividades no campo teatral. Essa cadeira foi anteriormente ocupada pelo também poeta procopense, Gilberto Mensato, que nos legou o livro “Momentos” de repercussão estadual.
A CADEIRA número 21 - que ocupo agora nesta Academia, é motivo de grande regozijo e orgulho, pois o Patrono é meu avô, jornalista Antonio Villas Bôas, português de nascimento, fundador da Imprensa Procopense, juntamente com meu pai Nicolau Villas Bôas. Meu avô Antonio foi um cidadão altruísta, que aqui chegando, trouxe seu pioneirismo e entusiasmo na árdua tarefa de ajudar a construir a memória de um povo, a memória de uma cidade. E foi nesse afã de preservar e de contribuir culturalmente para a memória da cidade, que escrevi o livro: Memórias, Simplesmente Memórias, que sempre será motivo de orgulho pois pude também resgatar um pouco mais da história da cidade que nasci, tanto em fatos como em fotos / para que não se perdesse no tempo. Essa cadeira, vinha sendo ocupada pelo meu cunhado Professor João Gonçalves de Oliveira, de saudosa memória, baluarte das letras, mestre em Teologia, Defensor Público e Jornalista de primeira linha, tendo contribuído muito com esta Academia, principalmente, na elaboração do seu Regimento Interno.
Diante de tudo isso, trago aqui, as vozes, os sonhos, as artes e ciências de João Coelho, Solange da Silva e Lilian Madi, que honrosamente tomaram posse hoje comigo, nas cadeiras de Patronos ilustres, legítimos representantes da comunidade. Ressalto aqui, a relevância dessa Academia que agora pertencemos, guardiã da memória, produtora e difusora da cultura de nossa gente, e para que o legado dos que vieram antes frutifique em nós, conclamo a todos os pares para que nos unamos em torno dos desafios que se apresentarem, e possamos juntos, cidadãos e governo municipal da querida Cornélio Procópio, fortalecer a cultura e as artes na região.
Se a literatura nos ensina a dar sentido à vida, se a arte nos faz enxergar o invisível e se a ciência nos permite avançar, então juntos, honraremos essa missão que nos foi confiada; e que as palavras possam ecoar, a criatividade florescer, o conhecimento expandir, e que essa Academia, que está comemorando 20 anos de existência, possa continuar sendo um farol de saber e humanidade.
Finalizo, saudando todas as mulheres aqui presentes pelo seu Dia Internacional, e agradeço a Deus pela graça de podermos levar avante essas nobres missões para o bem da humanidade, numa construção de uma realidade mais justa e transformadora. Agradeço com sentimento de alegria, a todos os presentes, mentores, familiares e amigos, que vieram prestigiar este importante momento cultural.